Um grupo com mais de 30 brasileiros que aguardava a repatriação para o Brasil, na Faixa de Gaza, finalmente conseguiu atravessar a fronteira com o Egito nesta sexta-feira, após vários dias de espera. Agora, o mundo político busca explorar a situação, tendo no centro da questão um dilema: quem mais contribuiu para isso, Bolsonaro ou Lula?
O questionamento se deve, primeiramente, à grande demora para a repatriação dos brasileiros. Foram divulgadas nada menos do que seis listas de estrangeiros com autorização para deixar Gaza, e em nenhuma delas havia o grupo de brasileiros.
Os críticos do governo passaram a culpar as posições de Lula no conflito Israel-Hamas, uma vez que o petista chegou à chamar os ataques israelenses em Gaza de “genocídio”, e custou à condenar com veemência o terrorismo dos radicalistas islâmicos financiados pelo Irã.
Bolsonaro, por outro lado, sempre fez questão de manter uma posição clara em favor de Israel, condenando o terrorismo, e o seu aparecimento esta semana ao lado do embaixador de Israel, na Câmara dos Deputados, fez parecer que ele teria influenciado na liberação dos brasileiros, decidida de ontem para hoje.
Independentemente de qual fator foi o mais influente, a realidade é que a diplomacia do governo petista com relação ao conflito no Oriente Médio tem sido duramente questionada, pois transparece que o Brasil estaria mais alinhado aos regimes islâmicos, como o iraniano, do que às democracias ocidentais, como a dos Estados Unidos.
O senador Sérgio Moro, por exemplo, fez a seguinte crítica: “A briga do PT e de parte do Governo do PT com Israel e o seu embaixador desafia o bom senso. Desde o início dessa crise no Oriente Médio, a atuação do partido e do Governo foi um desastre. Deveria o Governo se concentrar na repatriação dos brasileiros e fazer menos confusão.”